LAS – Laboratório Arquivos do Sujeito

Projetos de Pesquisa Individuais

Profa. Bethania Mariani

Discursos em farrapos e outros discursos: sobre o ordinário de sentido na mídia
Apoio: CNPq (Bolsa Produtividade em Pesquisa)
Resumo: Propõe-se, com este projeto, uma “escuta social” (Pêcheux, 1966), embasada no âmbito teórico-metodológico da Análise do Discurso. Pretende-se analisar os processos de produção de sentidos inscritos e relatados na mídia escrita e falada – modos de produção do “ordinário de sentido” (Pêcheux, 1981) – que constituem, na discursividade contemporânea, indicativos de posições-sujeito vacilantes em situações variadas, sobretudo nas de extrema violência social. Especificamente, está em jogo a depreensão e análise de enunciados do tipo “eu sabia, mas mesmo assim…”, “pensei que…”, “ninguém me falou…”, “eu não sabia…”. Ou seja, esses enunciados, são ditos em posições-sujeito nas quais os processos de subjetivação (Mariani, 2009), de interpelação ideológica e de individualização pelo Estado (Orlandi, 2001) – ou seja, processos que promovem a submissão à Lei simbólica e às leis – deram-se frouxamente, em farrapos, instaurando, discursivamente, uma ficção generalizada que produz um efeito discursivo hipócrita, materializando na linguagem uma perversão social contemporânea (Lebrun, 2008). O objetivo desdobra-se em três: alimentar um arquivo (já em construção) na internet que dê visibilidade às posições-sujeito na contemporaneidade; constituir um dispositivo de análise que permita compreender o funcionamento lingüístico de enunciados em dispersão e o “ordinário de sentido” que se neles produz; e prosseguir fomentando uma discussão teórico-crítica sobre a noção de sujeito na Análise do Discurso e na Psicanálise. Em termos metodológicos, pretende-se coletar e organizar um corpus constituído por discursos pessoais divulgados na mídia jornalística digital em seções nas quais o leitor formula sua opinião. Assim, o projeto, em suas etapas, pretende: a) dar continuidade à construção de um arquivo na internet sobre o sujeito; b) depreender e analisar os modos pelos quais o sujeito fala de si e como ele é falado e fala na atualidade; c) depreender a circulação desses enunciados.
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As jovens discursividades cariocas e a mídia alternativa
Apoio: FAPERJ (Edital Cientista do Nosso Estado)
Resumo: Tem-se como meta proceder a uma “escuta social” (Pêcheux, 1966), embasada no âmbito teórico-metodológico da Análise do Discurso. Pretende-se analisar os processos de produção de sentidos relatados na mídia – modos de produção do “ordinário de sentido” (Pêcheux, 1981) – que constituem, na discursividade carioca, indicativos de posições-sujeito em situações de embate social em situações variadas, seja nas de extrema violência seja nas de reivindicações políticas. São três objetivos: compreensão do funcionamento lingüístico de enunciados em dispersão e o “ordinário de sentido” que se neles produz; alimentar um arquivo (já em construção) na internet que dê visibilidade às posições-sujeito no espaço urbano carioca; e manutenção uma discussão teórico-crítica sobre a noção de sujeito na Análise do Discurso e na Psicanálise. Em termos metodológicos: organização de um corpus constituído por discursos pessoais divulgados na mídia jornalística digital alternativa. Assim, o projeto, em suas etapas, pretende: a) depreender e analisar os modos pelos quais o sujeito fala de si e como ele é falado e fala na atualidade; b) depreender a circulação desses enunciados na mídia alternativa; c) analisar a posição-sujeito e o lugar sócio-cultural no qual esse sujeito se constitui e atua, formando ou (de)formando laços sociais; d) acolher no arquivo digital já em construção as distintas discursividades nas quais as posições discursivas desse sujeito estejam materialmente inscritas; e) construir um dispositivo teórico-metodológico, com base na Análise do Discurso e na Psicanálise. Essa proposta decorre de um dos eixos de discussão de meu projeto Discurso em farrapos e outros discursos: (CNPq Produtividade em pesquisa 2011) e vincula-se, também, a um projeto já concluído Uma proposta de arquivo sobre o sujeito da cidade do Rio de Janeiro: inventário de heranças, cicatrizes e esperanças (FAPERJ Cientistas do Nosso Estado 2008/2011), e a várias orientações em curso.

Profa. Silmara Dela Silva

Do acontecimento jornalístico às práticas discursivas: o sujeito no discurso da e na mídia
Apoio: FAPERJ (Edital Jovem Cientista do Nosso Estado 2015/2017)
Resumo: Este projeto de pesquisa tem como foco efeitos de sentido que se constituem para o sujeito na atualidade, bem como os diferentes espaços para os seus dizeres na mídia, em tempos em que se preconiza a interatividade como um atributo das chamadas novas tecnologias. Buscamos, por um lado, analisar dizeres da/na mídia a respeito do sujeito na atualidade e as posições a ele atribuídas nesses discursos. Por outro lado, tencionamos analisar os dizeres dos sujeitos sobre si mesmos e os espaços que eles encontram na mídia, em impressos e nas páginas das publicações midiáticas de referência na internet, que entendemos como extensões das mídias tradicionais na rede eletrônica. Para as análises, adotamos o referencial teórico-metodológico da análise de discurso de linha francesa, tendo como referência o filósofo francês Michel Pêcheux e os desdobramentos de sua teoria no Brasil, a partir dos trabalhos de Eni Orlandi. Entendemos, assim, o discurso como efeitos de sentidos que se constituem para e por sujeitos, que, por sua vez, assumem posições no discurso, constituindo-se simultaneamente enquanto um efeito discursivo. Para as análises, trabalharemos com a constituição de um corpus de análise constituído a partir de reportagens com circulação em revistas semanais de informação brasileiras, centrando-nos naquelas que são classificadas no jornalismo como matérias de comportamento. Para a análise dos espaços para os dizeres dos sujeitos na mídia, por sua vez, trabalharemos com cartas de leitores, comentários nos sites das revistas analisadas e em suas páginas nas redes sociais, com vistas a analisar os movimentos de adesão e ruptura que os sujeitos em seus dizeres mantêm com os discursos em circulação na mídia. Com esta proposta, buscamos dar continuidade às reflexões teóricas que temos desenvolvido nos últimos anos na UFF, com foco na análise dos discursos da/na mídia, bem como contribuir para a ampliação do diálogo entre a análise de discurso e os estudos da área de Comunicação.

Profa. Vanise Medeiros

Língua no século XIX a partir dos escritos e glossários de José de Alencar
Apoio: FAPERJ (APQ1)
Resumo: O presente projeto, Língua no século XIX a partir dos escritos e glossários de José de Alencar, centra-se no século XIX na figura de um intelectual que pensou e escreveu sobre a língua do Brasil: José de Alencar. Com este projeto estamos considerando os escritos deste autor (glossários, pós-escritos, advertências, prólogos, artigos, crônicas, correspondências, manuscritos) e pretendemos levantar o que neles se encontra sobre a língua a fim de refletir sobre aquilo que é dito sobre a língua nos escritos de José de Alencar. Visamos, a partir de Alencar, promover uma reflexão sobre a historicidade da língua do Brasil. Do nosso lugar teórico, a saber, da articulação da História das Ideias Linguísticas (Auroux, 1989) com a Análise de Discurso (Orlandi, 2001), consideramos que aquilo que o escritor diz sobre a língua afeta um imaginário de língua que cabe investigar.
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Na captura da língua pelo escritor, pegadas do sujeito
Apoio: CNPq (Bolsa Produtividade em Pesquisa)
Resumo: A presente pesquisa continua e expande a anterior – Língua e sujeito: glossários em solo brasileiro (CNPq, 2013-2016) -, faz parte do Grupo de Pesquisa Discursividade, Língua e Sociedade e integra o Laboratório Arquivos do Sujeito (LAS/UFF) que coordeno juntamente com Bethania Mariani e Silmara Dela Silva. A investigação anterior, que se centrava em um objeto novo de investigação – glossários em livros de literatura -, mostrou-se produtiva, no que se refere à historicidade da língua, e ampla, com ela vários caminhos se abriram sobre língua e sujeito. Lá foram depreendidas especificidades em função da posição discursiva – do escritor, do lexicógrafo e do editor – bem como decorrentes da destinação – livros didáticos – e da proveniência da autoria com o lugar de publicação – livros publicados no Brasil de escritores em língua portuguesa de países da CPLP. Com o projeto atual, tomamos como tema central saberes do escritor sobre a língua. Pretendemos aprofundar as pesquisas em curso e articulá-las a outros lugares em que o escritor diz sobre a língua, no caso, os ensaios. Incluirmos o ensaio em nosso foco irá permitir confrontar o que se postula em cada um desses lugares em que o escritor diz sobre a língua e irá nos permitir continuar a compreender os saberes sobre a língua pelo escritor. Vamos nos ater a um período específico proposto por Guimarães em sua periodização dos estudos sobre o Português do Brasil a partir do século XIX (1996), a saber, o segundo período. Este inicia com a publicação de Brás da Costa Rubim, em 1857, e finaliza com a fundação das Faculdades de Letras (em São Paulo e no Rio), no final dos anos 30. Temos aí as polêmicas de Alencar e a fundação da Academia Brasileira de Letras, assim como a Semana de Arte Moderna, com seus embates na língua. Nosso interesse é capturar neste cenário saberes pelo escritor sobre a língua. Do nosso lugar teórico, a saber, da articulação da História das Ideias Linguísticas (Auroux, 1989) com a Análise de Discurso (Orlandi, 2001), consideramos que aquilo que o escritor diz sobre a língua afeta um imaginário de língua que nos cabe investigar.

Laboratório Arquivos do Sujeito

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